A degradação de fundos de vale é um problema crônico em Maringá, cujo núcleo urbano é irrigado por 68 córregos. São 150 mil metros lineares de margens de rios que servem para o descarte clandestino de todo tipo de lixo, desde os orgânicos, passando por entulhos, restos de construção e móveis velhos. Sem contar a destruição da mata ciliar – geralmente para pastagens - que vulnerabiliza ainda mais os córregos.
O resultado desses constantes ataques é, entre muitos, o assoreamento e a erosão.O diretor-geral da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sérgio Viotto, diz que uma das soluções encontradas é cercar os fundos de vale. Ele conta que até agora foram feitos aproximadamente 45 mil metros lineares de cerca de alambrado.
Ao mesmo tempo, são realizadas também ações de reflorestamento, com o plantio de espécies nativas e frutíferas. “O objetivo é transformar os fundos de vale em um corredor ecológico que favoreça inclusive a fauna. Esta é a principal meta da Secretaria Estadual de Meio Ambiente”, informa ele.
A intenção é cercar todos os 150 mil metros de fundos de vale. A Secretaria de Meio Ambiente conta com quatro pessoas para fazer o trabalho de fiscalização, o que dificulta flagrantes. “Temos percebido que carroceiros de outras cidades invadem os fundos de vale em Maringá para descartar resíduos de construções.
Há também caminhões. Muitos fazem este serviço à noite; fica difícil encontrar os responsáveis”, explica. A secretaria conta com a ajuda da população no sentido de denunciar as irregularidades. “Mas é preciso que, por exemplo, anotem a placa do veículos que está se dirigindo ao fundo de vale, para que possamos encontrar o responsável”, avisa o diretor.
A lei federal de Meio Ambiente determina uma distância de 30 a 40 metros a partir da margem do córrego como área de preservação permanente da mata ciliar. No caso de nascentes, a distância vai de 60 metros até 100 metros. Estas margens não podem ser desmatadas nem servir de área para descarte de lixo ou para pastagens de animais.
Entulhos
A Secretaria de Serviços Públicos está providenciando a construção de áreas de coleta de resíduos de construção e entulhos. Serão os Pontos de Entrega Voluntário, onde haverá uma sala para um atendente e uma área com caçambas para depósito do material.
Neste local, o lixo será separado – madeira, tijolos, móveis, plástico, papelão, etc – e encaminhado para reciclagem. “O objetivo é evitar que descartem este tipo de material nos fundos de vale”, informa o secretario de Serviços Públicos, Vagner Mússio.
Ele conta que a primeira obra será entregue neste ano e que, para 2010, estão previstos mais três pontos. A Secretaria de Meio Ambiente trabalha em parceria com a Força Verde (braço ambiental da Polícia Militar) e Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
O Ministério Público, por sua vez, espera do município um projeto de gerenciamento dos fundos de vale, mas não há prazo previsto para a entrega.
Fonte: http://www.odiario-maringa.com.br/noticia/229071
sábado, 31 de outubro de 2009
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